Ter ou não ter, eis a questão.

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Ter ou não ter, eis a questão.

Parece piada né, mas alguns anos se passaram e a questão essencial do ser humano está um pouco mudada.
Nesta sociedade mais propensa ao consumo (ter), do que à experiência humana, à vida propriamente dita (ser), até Shakespeare ia enlouquecer (mais um pouco).
Estava refletindo sobre a dificuldade de educar os filhos neste contexto, com uma amiga.
Esta coisa de até onde ajudamos, facilitamos, resolvemos… e até onde criamos pessoas menos prontas a encarar a vida. A questão é profunda, cheia de nuances.
A realização em ser; conquistando, ou conquistar para ser; é um dilema muito mais antigo do que a atual sociedade. A busca por terra, poder, ouro, exércitos, prazer é tão antiga quanto a própria humanidade.
Hoje em dia, a questão está mais para a descartabilidade, das coisas, dos prazeres, das pessoas, dos sentimentos…o prazer em ter é efêmero, talvez daí tanta depressão, ansiedade… Tudo é rápido demais, e acabamos sempre o dia devendo para nós mesmos, não temos nem tempo de saborear as pequenas conquistas e valorizá-las, estamos sempre olhando para frente e raramente para dentro.
Como fazer nossos filhos valorizarem suas conquistas? Lidarem com o tempo?
Ainda refletindo com minha amiga, hoje eles recebem tudo facilitado, nenhum sacrifício; praticamente. Recebem tudo mastigado; bens, educação, informação, livros resumidos na internet, pesquisas escolares no Google, viagens internacionais, brinquedos sofisticados, celulares, tablets… em breve o desafio será o primeiro carro.
E querem sempre mais. Mais facilitado, mais moderno, mais rápido…
Nós sacrificamos nosso tempo, nossos prazeres, nosso bolso, mas eles não percebem estes sacrifícios pessoais que fazemos.
O desafio é negar, fazer pensar, valorizar, ensinar a pescar e não dar os peixes…
Claro o texto de hoje é inconclusivo, só reflexivo mesmo…filosofando a vida.

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