Cada um

Dor
11 de janeiro de 2015
Está difícil
13 de janeiro de 2015

Cada um


Depois do texto de ontem, fiquei pensando sobre o tema.
Essa coisa da dor; seja, física ou emocional.
Exercício desnecessário e improdutivo ficar imaginando qual seria a pior.
Até mesmo porque dor é uma coisa completamente individual. Conheço gente que tem uma tolerância ridícula para dores físicas, entra em desespero com uma simples dor de cabeça, uma cólica; e em compensação absorve pancadas emocionais com leveza. Na outra mão, tem gente que é um verdadeiro guerreiro na parte física, mas uma flor emocionalmente – se abala profundamente, se fecha, sofre muito.
Agora virou moda na triagem dos hospitais pedir ao o paciente para atribuir uma nota para a dor. Eu já fui indagada pessoalmente e já vi os outros também, e penso que no mínimo vai servir para saber como a pessoa está sentindo, grau de stress, ansiedade, medo. Justamente porque o grau de dor de cada um é muito diferente.
É engraçado quando vamos ao hospital com os filhos, eles vão crescendo e eles mesmo vão falando sobre sua dor, o que sentem, como sentem. Até bem pouco tempo atrás eu tinha que responder tudo; como foi isso, como está aquilo, quando começou etc. Hoje em dia sou coadjuvante.
Mas por outro lado é incrível como nos infantilizamos quando estamos com dor, medo, indisposição, queremos colo. E parece que o conforto da mãe realmente melhora os sintomas.
Muito gostosa esta relação de aconchego.
Mas, voltando à dor, acho que faz parte do nosso crescimento e amadurecimento lidar com a dor. A experiência diminui a ansiedade e o medo; e traz as coisas para o plano real, dimensionando mais corretamente o que é problema e o que é só fantasia.
Dor emocional diminui com o tempo, em geral.
Dor física nem sempre. Muitas vezes tem solução; remédio, tratamento, cirurgia. Mas é muito ruim quando não há o que fazer, só aprender a lidar. Dia destes ouvi de uma pessoa muito querida: “Eu convivo com ela, todos os dias”. Doeu ouvir isso.
E piadas de RG à parte, a nossa máquina vai dando sinais de uso. Um joelho, um tornozelo, a lombar, o quadril.
Não gosto de pensar em conviver com a dor física, e também não fico pensando muito nas dores sentimentais que virão pela frente, isso é masoquismo.
Mas para as físicas, há que prevenir ter consciência, tratar.
E para as sentimentais…apenas viver.
Viver, da melhor maneira, cada dia.

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