A granel

Biografia
8 de novembro de 2014
Estudo de português
10 de novembro de 2014

A granel


Comemos um lanche em um lugar que o ambiente todo é uma volta ao passado. A decoração é inspirada em brinquedos e utensílios da década de 70.
O astral ao redor acabou nos levando a um bate papo nostálgico sobre alimentos.

Começamos falando de alguns lugares no Brás que ainda vendem comida a granel, e claro em função da ausência de marcas, embalagens, e a logística diferenciada acabam sendo mais baratos: cereais, temperos, especiarias.
Lembrei-me da minha infância, quando muitos alimentos a granel eram vendidos nas feiras livres, ainda na saca.
Ou mais ainda, quando algumas coisas eram vendidas na porta de casa; havia além do homem do gás, o homem do ovo, o padeiro de lambreta e pasmem um vendedor de miúdos. Nunca ninguém passou mal, e não tinha selo disso, controle daquilo.
Meu pai foi mais longe, bem mais longe, e lembrou-se dos tempos dele, lá pela década de 40 e contou algumas interessantíssimas:
Galinha: uma senhora trazia nas costas um balaio com as bichinhas vivas, minha avó escolhia e a mulher matava ali na hora. Era uma iguaria, caro. Havia o ritual de ferver, depenar etc. Ele contou um ditado da época; “só se comia galinha quando um dos dois estava doente, kkk você ou a galinha”!
Leite: ele lembrou-se dos famosos litros de vidros, tão vintage e tão chique hoje em dia. A carroça de leite com tambores e gelo, passava na porta. Você saia com sua garrafa e o homem do leite abria uma torneirinha no fundo do tambor. Eu sou da época da embalagem de plástico, também conhecida como barriga mole.
Peixe: essa eu achei que era história de pescador. Ele disse que o vendedor de peixes vinha andando com uma vara nas costas e os tais peixes pendurados…imagina se fosse hoje, a ANVISA ia prender o homem!
Outros tempos.
Menos gente.
Menos plástico.
Menos embalagens.
Menos lixo.

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