A Mosca

Reflexo no tempo
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A Mosca

Mas que bicho inconveniente. Grande, feia, barulhenta.
Nem pica, nem nada, mas como atormenta.

E o pior sempre penso quando vemos uma: onde será que ela pousou? Nem quero imaginar…

Ontem assisti a comédia de uma mosca apaixonada.

Foi durante a missa.

A mosca rodou, rodou, até que encontrou sua vítima, se apaixonou. Resolveu grudar no cabelo da coitada bem na fila da comunhão.

A vítima atordoada, olhando desesperada, foi salva por um safanão. Que alívio que coisa constrangedora bem ali, no meio do corredor.

Mas que nada, a mosca não desistiu, quando a coitada aproximou-se do padre, para desconforto geral, lá estava a mosca pousada na sua palma, na sua mão! Bem ao lado da hóstia recém colocada.

A pobre da vítima numa troca de olhares com o padre, que não entendeu nada, não sabia se ria ou se chorava.

Outro safanão, desta vez mais cuidadoso, pois o lugar também abrigava a hóstia consagrada.

A vítima muito desajeitada saiu em disparada de volta ao seu lugar e a mosca apaixonada, apesar de tudo que apanhara, ainda estava lá agora no cabelo, e não queria largar.

Tem bicho que gosta mesmo de apanhar…

Outro safanão! Sai desgraçada, vai pousar em outro lugar!

E ela pousou. No banco da frente, vazio, e ficou ali olhando pra toda gente, triste sozinha procurando outra vítima para incomodar.

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