Depois que a infância fica pra trás, quando nossos pais eram responsáveis por tudo, por todos os cuidados diários, construímos em torno de nós mesmos,algumas cercas, muros, zonas de perigo.
Este esquema de blindagem do corpo começa mais intensamente com a puberdade, quando colocamos as primeiras placas de propriedade privada!
Podemos dar nomes aos bois: valores morais, pudores, medos, vergonha – não estou aqui falando só das folhinhas que herdamos de Adão e Eva para cobrir as áreas de “pecado original ” (este tema é bem mais complexo), mas falo de algo mais simples, mais humano, mais fisiológico e menos sentimental/carnal.
Este cerco que estabelecemos nos acompanha durante a vida, e claro, é diferente de pessoa para pessoa. Algumas áreas e intimidades são compartilhadas, mas outras permanecem proibidas.
Mas basta uma doença ou debilidade, para tudo cair por terra!
Viramos crianças de novo e nosso instinto de sobrevivência, de interdependência fala mais alto que tudo. Rendemos nosso templo!
Nos entregamos como bebês àqueles que confiamos, e acreditamos que podem cuidar de nosso templo num momento de fragilidade. E isso nos traz, ou deveria trazer; conforto, paz, serenidade – precisamos uns dos outros, nesta viagem chamada vida.
E não importa como, algumas coisas são simplesmente iguais para todos, esqueça idade, cor, sexo, raça, credo , afinal, somos todos simplesmente, gente.
Lembrei desta música:
Saiba!
Todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
E também você e eu…
Saiba!
Todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar…
Saiba!
Todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano…
Saiba!
Todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao-Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé
Gandhi, Mike Tyson, Salomé…
Saiba!
Todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
E também eu e você
E também eu e você
E também eu e você…
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